quinta-feira, 15 de novembro de 2012

A Coxinha e o Feriado da Depressão


Acordei meio perturbada hoje. Fui dormir ontem pensando num texto sobre as coxinhas de frango e como eu as amo. Tamanho médio, massa firme mas levemente cremosa, recheio bem temperado. E aquele cheirinho de que foi frito na gordura hidrogenada de anteontem...e agora  não é disso que eu queria falar.

Queria discorrer sobre assuntos sérios, como a minha depressão de feriado, em casa, com meus pontos soltando na gengiva sem que eu consiga enfiar uma tesoura pra aparar as sobras. Comecei a ler outro livro – o segundo esta semana, que recorde! – mas ele só me deixou mais deprimida. Porque no fundo, no fundo, eu queria escrever um romance desses, de fazer as pessoas se apaixonarem e terem dores no pescoço por tanto tempo grudadas nele sem se mexer.

Eu precisava tanto desse feriado, e aqui estou reclamando do mesmo. Queria descansar, meu corpo doía tanto ontem que tomei analgésicos com muita satisfação, saboreando seu gosto ruim. Daí cá estou eu, acordada desde as nove, e não consigo ficar parada. Poderia usar esse tempo pra tentar começar a escrever meu livro, ou pensar numa crônica legal que um dia talvez o Luis Fernando Veirissimo lesse e achasse que eu tenho futuro no ramo. O corretor ortográfico não aceita, mas o Verissimo do Luis Fernando não tem acento.

No fim das contas, vou só fazer um strogonoff e passar a tarde cortando etiquetas. Porque a vida é assim, um emaranhado de vontades que passam e voltam, passam e voltam, como a das coxinhas de frango.

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