terça-feira, 5 de abril de 2016

Como causar um desastre com pizza e Koleston

Começa pela manhã com uma ligação de meu progenitor, agora dono de um boteco micro-empresário do ramo de alimentação e bebidas, em que o mesmo solicita a esta que vos escreve que faça uma rápida pesquisa sobre o valor de comercialização das pizzas médias nos bares pé sujo da cidade. Atrasada – as usual – e com compulsões e problemas mais urgentes, informo ao requerente que a realização de tal tarefa está fora de cogitação neste horário, mas assumo a responsabilidade de fazer a maldita pesquisa posteriormente.

Eis que o dia passa, eu não vou a bar nenhum pra especular preço de pizza porque eu tenho mais o que fazer e eu sequer posso levantar a bunda da minha cadeira pra ver se faz sol ou cai um dilúvio apocalíptico, e acabo por me esquecer do obséquio prometido àquele que viria a quase me cegar horas depois. Considerando a minha vaidade tepeemicamente adquirida e as raízes louras que já se manifestavam salientes, trato de passar nas Americanas e me equipar do kit Ruiva artificial matadora: uma caixa de Koleston Cereja 6646.

Tudo correria normalmente se a protagonista deste episódio não fosse eu. Se você tinha sentido falta dele, Murphy diz _Oi. Levando em conta que se trata de mim, qualquer coisa poderia acontecer, desde manchar o cabelo, estragar o tubo preparatório da tinta, ter uma reação alérgica e todo meu cabelo cair, mas eu poderia fazer isso tudo sozinha. Desastres naturais não precisam de ajuda, no entanto ele, meu digníssimo pai, resolve entrar em cena e foder atrapalhar meus planos de lambrecar tudo sozinha.

Inicio ao chegar em casa um despretensioso diálogo acerca da pizza. Enquanto preparo a tintura, sem saber em que pé está o empreendimento, comento sobre um fornecedor de pizzas que sempre faz entregas no shopping e ofereço seu telefone, caso o mister queira contatá-lo. Segue então uma série de desaforos dirigidos à minha pessoa acerca do valor informado, como se eu tivesse poderes para determinar preço de pizza.

Maldita hora em que resolvo abrir minha santa boca. E que deixo a porta do banheiro aberta, justamente pra falar enquanto faço malabarismo com o cabelo pra aplicar a tinta sem fazer caquinha lambança. Não satisfeito em reclamar do preço da pizza, meu pai resolve reclamar que eu estou demorando demais e outros milhões de resmungos que eu não entendo, mas que são suficientes pra eu perder a minha já escassa paciência e ao me virar para responder a ele, eis que o tubo de tinta escapole e VOA tinta em mim, na minha roupa, na porta BRANCA do banheiro e no chão. Como desgraça pouca é bobagem, cai tinta no meu olho direito, o que me deixa possessa. Se tem uma coisa com que eu tomo o maior cuidado é com esse par de olhos que agradam por senso comum. Imagine o meu desespero em ter meu olho fodido comprometido por conta de uma porra de uma pizza. Imagine também o meu desespero ao ver aquele risco alaranjado escorrendo pela porta branca. Fico indecisa entre lavar o olho ou limpar a porta primeiro. Não faço nenhum dos dois, começo a chorar e a xingar, pra então tirar a tinta de mim e depois da porta, que obviamente não sai por completo, deixando uma risca agora rosada.

Com o olho um tanto irritado e bastante afetada, tento me recompor enquanto espero a hora de lavar os cabelos e creio que minha vida é uma grande pegadinha do Malandro, pois adivinhe o que temos para jantar?

segunda-feira, 10 de março de 2014

Explicações, curiosidades e choro

Eu sempre quis explicar o porquê deste nome para o meu blog. Rose, a Rosa pode dar a sutil ideia de que eu sou da cor de um leitão, mas não é isso. 

Faz uns 10 anos, comecei a participar de um fórum web que um dia tinha sido sobre a banda Angra, mas que acabou virando off topic. E me apresentei como Rose, só que todos me chamavam de Rosa. Daí, quando criei o blog, não tinha muitas ideias legais sobre como chamá-lo, e já que ele funcionaria como um diário, lugar para falar bobagem ou qualquer variação disso, resolvi que teria um nome que justificasse o fato de sempre ser chamada de Rosa ao invés de Rose.

Estou postando isso hoje porque preciso me obrigar a escrever qualquer coisa que não seja uma cotação de pacote turístico. Então aqui vão mais umas curiosidades sobre a minha pessoa:

- Eu choro por qualquer coisa. Estava chorando faz cinco minutos. Choro vendo propaganda da Pedigree, trailers de filmes de super heróis, ou lendo romances que envolvem tragédias - principalmente morte por câncer;

- tenho crises de centopeia que me acometam algumas vezes por ano. Nestes períodos, preciso loucamente comprar pares de sapatos, aproveito meu tempo livre namorando lojas virtuais de calçados, e às vezes fico obcecada pela palavra vintage;

- de uns 20 vestidos que eu tenho, 19 são estampados. O padrão não importa, mas a maioria é de flores, meio coisa de avó. Na verdade, tenho muitas coisas estampadas, e daí não consigo usá-las juntas porque não me sinto bem parecendo uma colcha de retalhos;

- ando lendo muitos romances água com açúcar, o que me faz chorar constantemente;

- sinto fome umas dez vezes ao dia - e é tudo o que eu tenho a dizer sobre isso;


- choro silenciosamente vendo filmes do Shyamalan, e às vezes engasgo pra não chorar vendo filmes do Christopher Nolan. Não gosto da Anne Hathaway, fico indecisa sobre a Julia Roberts, e adoro a Charlize Theron, principalmente depois que ela fez Monster. Prefiro o Robocop do Padilha. Queria que Robert Downey Jr. (foto porque eu não posso perder a oportunidade) fizesse mais filmes;




- sinto vontade de chorar quando vejo tiozinhos uniformizados com mais de 60 anos correndo pra pegar um ônibus ou trabalhando sob 35 graus, o que me leva de novo ao primeiro item da lista. 

Chega de chorar por aqui.

Fim.

sexta-feira, 16 de novembro de 2012

Bolo de chocolate de família


Sou de uma família em que as mulheres vão pra cozinha desde novinhas. E tenho uma jovem
senhora como avó, senhora esta que me ensinou muito do que sei na arte culinária.

Acho que desde sempre eu vi minha avó fazendo bolos de aniversário, massa de pão de ló,
que ela sempre assava em formas grandes e recheava com doce de leite. Cobertura de glacê,
era sempre rosa para as meninas – meus bolos eram quase sempre da Moranguinho; e verde
para os meninos, com aquele campo de futebol em que a grama era feita de coco ralado e
açúcar cristal com corante. Depois, ela passou a desenhar palhacinhos com confete. Uma
graça.

Hoje existem tantos tipos de cobertura, papel de arroz e não sei mais o quê, que acredito que
ninguém mais faça glacê. Isso pra não falar dos cupcakes que tomaram o lugar dos bolos, com
suas coberturas ornamentais e gigantes.

Mas voltando à minha infância de ajudante de confeiteira, era sempre aquela rotina em que
minha vó gritava as ordens: “joga a casca de ovo fora”, “passa manteiga no tabuleiro”, “lava a
tigela da massa”. Esta última, a melhor oportunidade que se tinha de passar o dedão na borda
da bacia e comer um pouco de massa cru. Delícia. Claro, só não era melhor do que quando ela
abria a lata de leite condensado e não a utilizava como medida pro leite, um grande desafio
pra quem conseguisse e pudesse lamber o doce tentando não se cortar.

Como não bato glacê, não sei passar a receita, mas divido aqui a receita de bolo que aprendi
com Dona Luzia, adaptado para a versão de chocolate.

Ingredientes:

4 ovos;
1 colher de sopa de margarina com sal;
2 xícaras de chá de açúcar refinado;
1 copo (300ml) de leite;
2 xícaras de chá de farinha de trigo sem fermento;
2 colheres de sopa caprichadas de chocolate em pó (pode ser achocolatado, mas é mais doce);
1 colher de sopa de fermento.

Para untar:

Margarina;
Farinha de trigo.

Cobertura:

2 colheres de sopa de chocolate em pó ou achocolatado;
1 lata de leite condensado;
1 colher de sopa de margarina com sal;
1 shot de leite.

Para bater:

Batedeira. Rá!

Uma dica muito conhecida, mas eu que aprendi com a minha vó, é a de usar tudo em
temperatura ambiente – ovos, margarina e leite não devem estar gelados. Eu tiro tudo da
geladeira, unto a forma (uso uma de buraco ou uma retangular média), ponho o forno pra
aquecer em temperatura média (aqui em casa, isso é entre 200 e 220 graus), e separo os
outros ingredientes, pra só então começar a bater o bolo.

Começando com os ovos: separe as claras das gemas e bata as claras em neve, aumentando
a velocidade da batedeira conforme as claras forem ficando mais firmes. Elas aumentam a
chance de seu bolo crescer fofinho. Depois de batidas, deixe as claras num cantinho fresco.
Bata as gemas, o açúcar e a margarina bem, até que fique uma mistura lisinha. Daí, comece
a acrescentar, intercalando, o leite e a farinha. À medida que for colocando mais farinha,
aumente também a potência da batedeira.

Depois de bater bem a massa, de modo que ela fique bonita e lisinha, coloque o chocolate em
pó e bata por mais uns dois minutos, pra misturar tudo. Desligue a batedeira e coloque então
o fermento na massa. Misture com uma colher de pau, e depois acrescente as claras em neve,
misturando também com a colher de pau até que fique uma massa borbulhante.

Despeje tudo na forma e deixe assar de 30 a 40 minutos. Depois de trinta minutos, espete a
massa com uma faca. Saiu limpo, tá pronto, pode tirar do forno e deixar esfriar.

A cobertura é igual ao brigadeiro que a gente faz na panela, mas eu coloco o shot de leite pra
que fique molinho, com consistência de mingau. É só misturar todos os ingredientes e levar ao
forno mexendo até que vire uma calda. Depois, deixe esfriar. Pra acelerar esse processo, eu
encho uma tigela com água, coloco a panela da calda dentro e deixo por uns 15 minutos.

Com tudo pronto, é só furar o bolo todo com o garfo e despejar a calda. Rende várias porções.

Se testar a receita, me escreva pra eu saber que tem alguém lendo.E se queimar o dedo na forma, é só passar pomada de assadura.

quinta-feira, 15 de novembro de 2012

A Coxinha e o Feriado da Depressão


Acordei meio perturbada hoje. Fui dormir ontem pensando num texto sobre as coxinhas de frango e como eu as amo. Tamanho médio, massa firme mas levemente cremosa, recheio bem temperado. E aquele cheirinho de que foi frito na gordura hidrogenada de anteontem...e agora  não é disso que eu queria falar.

Queria discorrer sobre assuntos sérios, como a minha depressão de feriado, em casa, com meus pontos soltando na gengiva sem que eu consiga enfiar uma tesoura pra aparar as sobras. Comecei a ler outro livro – o segundo esta semana, que recorde! – mas ele só me deixou mais deprimida. Porque no fundo, no fundo, eu queria escrever um romance desses, de fazer as pessoas se apaixonarem e terem dores no pescoço por tanto tempo grudadas nele sem se mexer.

Eu precisava tanto desse feriado, e aqui estou reclamando do mesmo. Queria descansar, meu corpo doía tanto ontem que tomei analgésicos com muita satisfação, saboreando seu gosto ruim. Daí cá estou eu, acordada desde as nove, e não consigo ficar parada. Poderia usar esse tempo pra tentar começar a escrever meu livro, ou pensar numa crônica legal que um dia talvez o Luis Fernando Veirissimo lesse e achasse que eu tenho futuro no ramo. O corretor ortográfico não aceita, mas o Verissimo do Luis Fernando não tem acento.

No fim das contas, vou só fazer um strogonoff e passar a tarde cortando etiquetas. Porque a vida é assim, um emaranhado de vontades que passam e voltam, passam e voltam, como a das coxinhas de frango.

quinta-feira, 8 de novembro de 2012

Hoje Malu, amanhã Susana?


Li em algum lugar que a jovem e recém agraciada com a beleza da juventude Malu Magalhães se intitula velha e louca. Pensei que, mesmo não tão nova, mas longe de estar na casa da menopausa, me sinto assim também. E, principalmente,às vezes tenho os gostos e as dores de alguém que não paga mais a passagem de ônibus. Compro mocassins e roupas com estampas de flores miúdas que mais se parecem capas de travesseiro. Troco beleza por conforto e solas antiderrapantes. Gosto de armações de óculos com estampa tartaruga. Já fiz exame pra reumatismo e artrose.

Tudo isso eu faço agora. Agora, quando eu poderia colocar a bunda de fora e malhar na “cadimia” pra mostrar a barriga no verão. E por que eu evito a fadiga? Porque me sinto velha. E hoje, falando de viagens que lembram Thelma & Louise, comecei a me questionar se não terei uma reviravolta quando chegar à idade da loba. Porque, analisando as mulheres famosas, pelo menos, há de se concordar que elas piram o cabeção de botox em certa idade.

O melhor exemplo é o da Susana Vieira. Um alvo fácil pro meu tricô, já que há pouco tempo a Globo reprisou Mulheres de Areia, e naquela época, Susana tinha cara de uma senhora bem apessoada que poderia muito bem ser a mãe de Guilherme Fontes. Hoje, aquela que pagou peitinho no Faustão deve achar que Guilherme Fontes é muito velho pra ser seu par romântico.

Nem com as meias da Beyoncé...

É disso que tenho medo. De gostar de coisas de vó agora, e querer ser a coroa saliente daqui a vinte anos. De perceber que perdi o tempo de usar os decotes, e querer voltar atrás fazendo piercing nos mamilos. Ou de ficar obcecada por cirurgias plásticas e gírias de Internet. Tenho medo de aparecer na TV vestida de Madonna. De perder a fase em que se pode pintar o cabelo de lilás enquanto faço escova californiana. Ou, o pior de tudo, de querer trocar meu barbudo por um liso menor de idade.

Que Deus me dê alguns milhões na conta bancária e músculos mais tonificados, ao menos.

domingo, 4 de novembro de 2012

De repente...28


Eu voltei, voltei para ficar, porque aqui, aqui é o meu lugar...é, eu voltei a escrever. Um pouco por incentivo da Mayara Godoy, que disse adorar meus textos antigos – que estão devidamente guardados; outro tanto foi por ter recebido um convite do Billie, o Ogro, pra escrever na nova revista digital dele, o Brasa, Mora?.

Confesso que minha estupidez não me deixou ver que eu podia continuar escrevendo, mesmo me sentindo o Ted Mosby se achando muito velho pra certas coisas, assim como o Danny Glover. Até troquei o banner (apesar de que essa cara de orgasmo tá meio passada, colocarei o digníssimo pra trabalhar), pra ver se reanimo isso aqui.

Enquanto eu cantava e dançava Come, come, come (ou Karma Chameleon) pra cadelinha aqui em casa, e fazia “a janta” pro meu “marido”, só pensava mais e mais nessa história de ter quase 30 anos. Quem diria: eu, aos 28 anos, amasiada (com fé, casada é, já diz minha vó), com cabelos brancos e usando óculos.

Posso ao menos chegar aos 30 com esse closet?
Claro que o eu queria era mesmo viver de escrever, não que eu não passe bastante tempo do meu dia redigindo e-mails explicativos aos meus clientes, mas o sonho de ser jornalista é uma triste ilusão. Trabalho numa área que gosto – na maior parte do tempo, ao menos – e, já que não sou uma escritora por profissão, posso me sentir menos idiota usando blogs pra matar minha vontade?

Às vezes eu me arrependo de coisas que fiz mais nova, ou penso que meu tempo já passou pra ver filmes água com açúcar, porém, em geral não posso me queixar muito. Pelo menos, tenho um amor que me dá frio na barriga de vez em quando. Acho que a única coisa que me deixa mal por ser uma adulta de quase meia idade é que as pessoas que sempre conheci também estão envelhecendo, e pouco a pouco elas se vão. Mas, como diz Ana Maria Braga, vamo falar de coisa boa...no próximo post?

segunda-feira, 15 de outubro de 2012

Roupa Nova e Hey Jude - a letra ilustrada

Era uma manhã como outra qualquer, e numa dessas de cumprimentar as pessoas com alguma frase famosa, citei Hey, Jude. Mayara Godoy, a cumprimentada em questão, seguiu com a letra de Paul. Mas eu, espirituosa que sou, segui com a versão Roupa Nova. Desde então, virou nossa piada interna.
 
Inspirada nesta postagem sobre a letra ilustrada de Hey, Jude, que a mesma Mayara postou no meu perfil facebookístico, e com a ajuda do meu digníssimo, resolvi fazer jus ao rock pop nacional e montei também uma letra ilustrada para a nossa versão desse clássico: