Começa pela manhã com uma ligação de meu progenitor, agora dono de um boteco micro-empresário do ramo de alimentação e bebidas, em que o mesmo solicita a esta que vos escreve que faça uma rápida pesquisa sobre o valor de comercialização das pizzas médias nos bares pé sujo da cidade. Atrasada – as usual – e com compulsões e problemas mais urgentes, informo ao requerente que a realização de tal tarefa está fora de cogitação neste horário, mas assumo a responsabilidade de fazer a maldita pesquisa posteriormente.
Eis que o dia passa, eu não vou a bar nenhum pra especular preço de pizza porque eu tenho mais o que fazer e eu sequer posso levantar a bunda da minha cadeira pra ver se faz sol ou cai um dilúvio apocalíptico, e acabo por me esquecer do obséquio prometido àquele que viria a quase me cegar horas depois. Considerando a minha vaidade tepeemicamente adquirida e as raízes louras que já se manifestavam salientes, trato de passar nas Americanas e me equipar do kit Ruiva artificial matadora: uma caixa de Koleston Cereja 6646.
Tudo correria normalmente se a protagonista deste episódio não fosse eu. Se você tinha sentido falta dele, Murphy diz _Oi. Levando em conta que se trata de mim, qualquer coisa poderia acontecer, desde manchar o cabelo, estragar o tubo preparatório da tinta, ter uma reação alérgica e todo meu cabelo cair, mas eu poderia fazer isso tudo sozinha. Desastres naturais não precisam de ajuda, no entanto ele, meu digníssimo pai, resolve entrar em cena e foder atrapalhar meus planos de lambrecar tudo sozinha.
Inicio ao chegar em casa um despretensioso diálogo acerca da pizza. Enquanto preparo a tintura, sem saber em que pé está o empreendimento, comento sobre um fornecedor de pizzas que sempre faz entregas no shopping e ofereço seu telefone, caso o mister queira contatá-lo. Segue então uma série de desaforos dirigidos à minha pessoa acerca do valor informado, como se eu tivesse poderes para determinar preço de pizza.
Maldita hora em que resolvo abrir minha santa boca. E que deixo a porta do banheiro aberta, justamente pra falar enquanto faço malabarismo com o cabelo pra aplicar a tinta sem fazer caquinha lambança. Não satisfeito em reclamar do preço da pizza, meu pai resolve reclamar que eu estou demorando demais e outros milhões de resmungos que eu não entendo, mas que são suficientes pra eu perder a minha já escassa paciência e ao me virar para responder a ele, eis que o tubo de tinta escapole e VOA tinta em mim, na minha roupa, na porta BRANCA do banheiro e no chão. Como desgraça pouca é bobagem, cai tinta no meu olho direito, o que me deixa possessa. Se tem uma coisa com que eu tomo o maior cuidado é com esse par de olhos que agradam por senso comum. Imagine o meu desespero em ter meu olho fodido comprometido por conta de uma porra de uma pizza. Imagine também o meu desespero ao ver aquele risco alaranjado escorrendo pela porta branca. Fico indecisa entre lavar o olho ou limpar a porta primeiro. Não faço nenhum dos dois, começo a chorar e a xingar, pra então tirar a tinta de mim e depois da porta, que obviamente não sai por completo, deixando uma risca agora rosada.
Com o olho um tanto irritado e bastante afetada, tento me recompor enquanto espero a hora de lavar os cabelos e creio que minha vida é uma grande pegadinha do Malandro, pois adivinhe o que temos para jantar?
5 comentários:
Hahaha... é sempre assim. E olha que, mesmo eu pintando o cabelo no salão, eu consigo sair de lá toda manchada. Acho que Murphy encarna até na cabeleireira quando é pra me ferrar.
Comigo não é diferente. Lembra do chuveiro queimado no dia da hidratação capilar?
É bem por aí...
http://tinyurl.com/595jjy
Eu me divirto imaginando a cena e todo o seu desespero...
Suas histórias são hilárias!
eu preciso ver essas coisa, definitivamente. aueheahueauheauehau
eu sidivertiria, certamente
Cuidado na hora de fazer as unhas....
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